
Despiste na Parede faz seis feridos, um deles grave
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August 15, 2023fevereiro de 2011 /

Numa das suas muitas recolhas na Praia de Parede de lamas argilosas, sedimentadas, para acompanhamento de massagens no “Estúdio Monte Estoril”, foi encontrada uma placa de prata no interior de um bloco de cerca de 15cm de diâmetro.
Quadrada, com cerca de 2cm de aresta e com inscrições numa das faces, esta peça começou por se revelar misteriosa.

Com a colaboração da achadora, procederam-se a medições e registos fotográficos que permitiram a pesquisa e análise documental da peça.
Com a informação recolhida podemos informar:
O primeiro registo que há de um Quadrado Mágico, peça mágico-religiosa, vem de antes de Cristo, na China. Terá passado pela Índia, mundo arábico e cristandade.
O ponto mais alto da sua divulgação na cultura muçulmana terá sido pelo século X.
Tratava-se de um talismã, baseado em mecanismos matemáticos que preenchiam grelhas de quadrados que podiam ter várias dimensões, com 3, 4, 5, 6 ou mais casas por lado.

Associado à magia, aos saberes ocultos, à matemática, à magia dos números e, por vezes, à sua associação a letras e palavras mágicas, estas peças solicitavam protecções ou benesses. Por exemplo: determinado quadrado, correctamente dispostas as suas numerações, atado à asa de uma pomba deixada à porta da rapariga que tinha sido pedida em casamento iria influenciar o futuro sogro.
Uma das características de um quadrado mágico é que o somatório dos algarismos das casas, seja na horizontal, na vertical ou obliquamente, dá sempre o mesmo resultado.

Sabemos que o nosso quadrado está escrito em alfabeto devanagari na língua sânscrito, língua histórica do sub-continente indiano, e que a frase inferior começa com um “OM”, um mantra, portanto; uma estreita relação com o místico, a oração.

A técnica usada na construção da peça é semelhante à solda: aquecimento dos fios de prata e colagem à placa.
Este quadrado é de ordem 3: três casas por lado.

Para este quadrado funcionar o número central da primeira linha teria de corresponder a um seis e o da casa direita da terceira linha a um sete. É, portanto, de reconhecer que há alguma deficiência na construção deste quadrado… ou alguma falha na sua interpretação!

Com a “correção” dos algarismos os somatórios são os seguintes:
A soma nas linhas, colunas e diagonais é sempre 30
A soma dos números dos vértices é 40
A soma dos números centrais nas linhas externas é 40
A soma dos números de cada metade da suástica inserida é 50
A linha que une os números em sentido crescente define a “linha mágica”.
Texto / fotos – Mário Lisboa
fevereiro de 2011



